Anvisa proíbe venda do creme dental Colgate Total Clean Mint no Brasil após reações adversas
Por Redação Movimento PB | Publicado em 4 de maio de 2025
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da comercialização do creme dental Colgate Total Clean Mint em todo o território brasileiro. A medida foi tomada após a constatação de um número significativo de reações adversas entre consumidores, com relatos que variam de inchaço nos lábios e inflamação gengival até sensações de queimação, dor e dormência na boca. O ingrediente ativo fluoreto de estanho é apontado como o principal suspeito pelas reações.
A proibição, inicialmente decretada em 27 de março de 2025 por meio da Resolução RE nº 1.158, teve efeito imediato, mas acabou sendo temporariamente suspensa após um recurso administrativo interposto pela Colgate-Palmolive, fabricante do produto. A legislação brasileira permite que, em casos como esse, o recurso suspenda automaticamente os efeitos da medida até sua análise definitiva. No entanto, cerca de um mês depois, a empresa optou por retirar voluntariamente o recurso, levando a Anvisa a restabelecer a proibição no fim de abril.
Substituição de Ingrediente Gera Suspeitas
O Colgate Total Clean Mint foi introduzido no mercado brasileiro em meados de 2024 como sucessor da linha Colgate Total 12. A principal alteração em sua fórmula foi a substituição do tradicional fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho como agente ativo. A partir dessa mudança, consumidores passaram a relatar sintomas adversos após o uso do produto, levantando preocupações sobre a segurança da nova composição.
De acordo com dados da própria Anvisa, ao menos oito notificações oficiais de consumidores foram recebidas entre janeiro e março deste ano, somando treze eventos adversos. Entre os efeitos indesejados relatados estão: inchaço labial, gengivite, dor, queimação, lesões orais, dormência, boca seca, vermelhidão nas gengivas e até dificuldade para movimentar a língua.
Colgate se Defende
Ao anunciar a retirada do recurso, a Colgate-Palmolive afirmou que a decisão foi motivada pela “colaboração contínua com a Anvisa e pelo avanço das investigações técnicas”. A empresa reforçou a confiança na segurança do produto e ressaltou que o Colgate Total Clean Mint “atende aos rigorosos padrões estabelecidos pelas agências regulatórias internacionais”.
Apesar da proibição, a Anvisa não emitiu, até o momento, uma ordem de recolhimento imediato do produto já adquirido por consumidores ou estocado em estabelecimentos comerciais. No entanto, os pontos de venda foram formalmente instruídos a remover o produto das prateleiras e cessar sua distribuição.
Precaução e Fiscalização
A decisão da Anvisa reforça a importância da vigilância sanitária diante de mudanças na formulação de produtos amplamente consumidos. O fluoreto de estanho, embora aprovado para uso odontológico em vários países, pode causar reações em determinados grupos sensíveis, o que reforça a necessidade de testes mais abrangentes antes da introdução de versões reformuladas no mercado.
Especialistas apontam que o caso também ilustra a importância do monitoramento pós-mercado e da responsabilidade das empresas em responder rapidamente a sinais de risco. “A substituição de um ingrediente ativo, especialmente em um produto de uso diário como um creme dental, exige cuidado extremo com a toxicologia e a biocompatibilidade”, explica o professor Júlio Martins, farmacologista da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O Que Fazer Se Você Usa o Produto
A Anvisa recomenda que consumidores que tenham adquirido o Colgate Total Clean Mint suspendam o uso imediato do produto e observem qualquer sintoma incomum. Em caso de reação adversa, a orientação é buscar atendimento médico e registrar o caso através da plataforma Notivisa (notivisa.anvisa.gov.br), utilizada para monitoramento de produtos sob vigilância sanitária.
Ainda não há previsão para o retorno do produto às prateleiras brasileiras. A investigação técnica sobre o papel do fluoreto de estanho nas reações adversas segue em curso e deve determinar os próximos passos da Anvisa e da Colgate-Palmolive.
Este artigo foi baseado em pesquisa em fontes confiáveis.
* **** Referências a comunicados de imprensa e declarações da própria Colgate-Palmolive (). Fontes primárias de informação sobre a posição da empresa em relação ao problema.
* **** Múltiplas referências a notícias e comunicados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (). A Anvisa é a agência reguladora governamental responsável pela vigilância sanitária no Brasil, tornando suas publicações fontes altamente confiáveis sobre o assunto.
* **** Referências a páginas de produtos da Colgate em seu site oficial (). Embora sejam fontes primárias com potencial para viés, fornecem informações diretas sobre os produtos da empresa.
* **** Referências à Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos (). A FDA é uma agência reguladora com padrões rigorosos, e suas publicações são consideradas altamente confiáveis.
* **** Referências ao Health Canada (). Similar à FDA, o Health Canada é o departamento governamental responsável pela saúde no Canadá, conferindo alta credibilidade às suas publicações.
* **** Referências a artigos científicos e publicações da área odontológica e de saúde (). Essas fontes passam por revisão por pares e são especializadas no tema, aumentando sua confiabilidade.