Brasil registra primeiro caso de fungo super-resistente


Foi identificado no Brasil o primeiro caso de infecção pelo Trichophyton indotineae, um fungo considerado super-resistente a tratamentos tradicionais. O caso aconteceu em Piracicaba, interior de São Paulo, e foi publicado na revista científica Anais Brasileiros de Dermatologia.

O paciente é um homem de 40 anos, sem doenças pré-existentes, que mora em Londres e viajou ao Brasil para visitar parentes. Ele apresentou lesões nos glúteos e nas pernas, surgidas em janeiro de 2024, após passar por países como Inglaterra, Áustria, Eslováquia, Hungria, Polônia, Escócia e Turquia. Os sintomas foram classificados como eritemato-descamativos — um tipo de eczema com vermelhidão e descamação.

O diagnóstico foi confirmado em março de 2024, após exames conduzidos pela dermatologista Renata Diniz. Inicialmente, os tratamentos convencionais não surtiram efeito. Com a persistência das lesões, a médica solicitou apoio do especialista John Verrinder Veasey, coordenador do Departamento de Micologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que confirmou a presença do Trichophyton indotineae.

Por que esse fungo preocupa?

O T. indotineae é altamente resistente aos medicamentos usados no combate às dermatofitoses, infecções comuns de pele causadas por fungos. Embora não ofereça risco à vida, ele pode causar lesões persistentes, de difícil tratamento, o que aumenta a preocupação entre médicos e autoridades sanitárias.

Como ocorre a transmissão?

A principal forma de contágio é o contato direto com pessoas infectadas ou com objetos de uso pessoal, como toalhas. Por isso, a prevenção envolve cuidados simples de higiene e a não utilização de itens compartilhados.

Também é essencial procurar um dermatologista ao perceber manchas ou lesões suspeitas na pele. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e pode evitar a disseminação do fungo.


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