Sete maneiras pelas quais a inteligência artificial está transformando a saúde
De diagnósticos mais precisos à otimização de tarefas administrativas, a IA surge como uma ferramenta para superar a escassez de profissionais e a falta de acesso a serviços médicos.
Com 4,5 bilhões de pessoas no mundo sem acesso a serviços de saúde essenciais e a projeção de uma escassez de 11 milhões de profissionais até 2030, a inteligência artificial (IA) surge como uma solução para preencher essa lacuna. Embora a adoção da tecnologia no setor de saúde ainda esteja abaixo da média em comparação com outras indústrias, a IA já está revolucionando a medicina, ajudando médicos a identificar fraturas, triar pacientes e detectar doenças em seus estágios iniciais.
O relatório “The Future of AI-Enabled Health”, do Fórum Econômico Mundial, aponta que as soluções de saúde digital com IA podem aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar os resultados clínicos globalmente. A tecnologia, já aplicada em diversas frentes, tem potencial para nos ajudar a alcançar a meta de cobertura universal de saúde da ONU até 2030. No Brasil, 62,5% dos hospitais privados já utilizam a tecnologia, mas ainda há desafios éticos e regulatórios a serem superados.
Para que o tema fique mais claro, entenda melhor alguns dos termos técnicos e conceitos-chave. A análise preditiva é o uso de dados para prever riscos e resultados futuros para a saúde de um paciente. A telemedicina permite consultas e monitoramento remoto de pacientes. Já o Processamento de Linguagem Natural (PLN) é uma técnica de IA que permite que máquinas compreendam e gerem linguagem humana, sendo útil na análise de prontuários eletrônicos e em assistentes virtuais.
Aqui estão sete exemplos de como a IA já faz a diferença na medicina:
- Interpretação de exames cerebrais: Softwares de IA são duas vezes mais precisos que os profissionais na análise de exames de pacientes com AVC, fornecendo informações cruciais sobre o tempo de ocorrência do derrame.
- Detecção de fraturas ósseas: A IA pode auxiliar no diagnóstico de fraturas em exames de raio-x, evitando que cerca de 10% das fraturas sejam perdidas em clínicas de urgência e reduzindo a necessidade de exames desnecessários e consultas de acompanhamento.
- Avaliação de necessidades de ambulância: Um estudo no Reino Unido demonstrou que um modelo de IA pode prever com 80% de precisão quais pacientes precisam ser levados ao hospital de ambulância, atuando sem viés.
- Detecção precoce de doenças: Modelos de IA podem detectar a presença de mais de 1.000 doenças, como Alzheimer e epilepsia, muito antes de os sintomas se manifestarem, analisando dados médicos de grandes populações.
- Chatbots clínicos: Sistemas de IA podem fornecer respostas relevantes e baseadas em evidências para perguntas médicas. Plataformas digitais também podem reduzir as taxas de readmissão hospitalar e o tempo de revisão de pacientes, aliviando a carga de trabalho de profissionais de saúde.
- IA e medicina tradicional: A IA pode complementar a medicina tradicional, ajudando a catalogar e analisar textos antigos, identificar plantas medicinais e estudar compostos para tratar doenças modernas. Um exemplo é a primeira biblioteca digital de conhecimento tradicional da Índia.
- Otimização de tarefas administrativas: Ferramentas como o Dragon Copilot, da Microsoft, ou modelos do Google podem transcrever consultas e criar notas clínicas, liberando o tempo de médicos e enfermeiros para que eles possam se concentrar no cuidado com os pacientes.
Apesar de todo o potencial, a rápida adoção da IA na saúde levanta preocupações éticas e a necessidade de regulamentação. No Brasil, o Senado aprovou um projeto de lei que classifica o uso da IA na saúde como de alto risco, mas a discussão ainda precisa equilibrar a inovação com a segurança e a proteção dos dados dos pacientes. É um desafio global, que busca garantir que a tecnologia seja uma aliada e não um obstáculo no futuro da medicina.
Traduzido e adaptado de World Economic Forum e outras fontes
Redação do Movimento PB GME-GOO-15082025-C6A9B4-25F