Setor de Clínica em João Pessoa é Interdito por Reutilização de Agulhas em Cirurgias


Fiscalização do Coren-PB em João Pessoa identificou reutilização de agulhas descartáveis em cirurgias cardíacas, resultando na interdição ética do setor e colocando pacientes em risco.

Inspeção e Constatações

Durante uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB), constatou-se a prática irregular de reutilizar agulhas descartáveis em procedimentos de cirurgias cardíacas, em uma clínica de João Pessoa. A ação, ocorrida na segunda-feira (17), levou à interdição ética do Centro de Material e Esterilização da Clínica Dom Rodrigo.

O relatório de fiscalização apontou que o setor operava sem as anotações técnicas necessárias, sem registros adequados e com uma escala de enfermagem irregular. Verificou-se, ainda, a ausência de um enfermeiro responsável tanto pelo Centro de Material e Esterilização (CME) quanto pelo centro cirúrgico, além de um quadro insuficiente de profissionais e da inexistência de uma Comissão de Ética de Enfermagem. Em razão disso, a interdição ética impede que os profissionais atuem nesse setor.

Reação da Clínica

Em comunicado oficial, a Clínica Dom Rodrigo contestou a medida adotada, afirmando que a “decisão que referenda a interdição é genérica e evasiva”. A instituição ressaltou o comprometimento de seus profissionais com a excelência no atendimento e destacou que não hesitará em adotar as medidas legais cabíveis para assegurar o regular funcionamento de suas atividades.

Riscos à Segurança dos Pacientes

A prática de reutilizar itens destinados ao descarte, vedada pelas normas sanitárias, constitui uma grave infração que pode acarretar infecções, especialmente em procedimentos de alta complexidade. A medida de interdição, segundo a presidente do Coren-PB, Rayra Beserra, foi imprescindível diante das irregularidades verificadas. Ela destacou:
“Foi uma medida necessária diante de graves irregularidades que colocam em risco a vida dos pacientes e o exercício seguro da nossa profissão. Não podemos permitir que práticas inadequadas, como a reutilização de materiais descartáveis e a ausência de profissionais habilitados, comprometam a integridade do cuidado”.

Texto adaptado de G1 e revisado pela nossa redação.

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