Síndrome de Williams Torna Pessoas Extremamente Simpáticas

Síndrome de Williams, doença genética rara, causa simpatia extrema, mas traz desafios como vulnerabilidade e dificuldades cognitivas.

Uma Condição Singular

A síndrome de Williams (SW), uma doença genética rara que afeta 1 em cada 7,5 mil pessoas, é marcada por uma sociabilidade incomum. Portadores da condição, como relatado pela BBC News Brasil em 21 de maio de 2025, sentem um impulso natural de abraçar estranhos e tratá-los como amigos próximos, devido à ausência de 25 a 27 genes no cromossomo 7, segundo o professor Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia.

Características e Desafios

Pessoas com SW são extremamente empáticas, falantes e confiantes, mas essa abertura as torna vulneráveis a abusos, já que não reconhecem perigos. Muitas enfrentam dificuldades para manter amizades profundas, isolamento social e ansiedade severa. Além disso, a síndrome causa problemas cardiovasculares, devido à falta do gene ELN, atrasos no desenvolvimento e QI abaixo da média, limitando a independência na vida adulta.

Genes da Sociabilidade

Cientistas investigam genes como GTF2I e BAZ1B, ligados à simpatia. O GTF2I, um fator de transcrição, influencia a sociabilidade, com estudos mostrando que sua ausência em camundongos e moscas aumenta interações sociais. Já o BAZ1B afeta células da crista neural, reduzindo a produção de adrenalina e o medo de estranhos. Alterações na mielina, que afeta a comunicação cerebral, também podem explicar a confiança excessiva, segundo Boaz Barak, da Universidade de Tel Aviv.

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Possíveis Tratamentos

Barak testa a clemastina, um antialérgico que melhora a mielinização, em ensaios clínicos de fase 1, com conclusão prevista para dezembro de 2025. O medicamento pode aliviar dificuldades cognitivas e motoras, mas não busca suprimir a sociabilidade, valorizada por famílias. Muotri também aponta que cérebros de portadores têm mais sinapses, intensificando a liberação de dopamina ao interagir, o que explica a sensação de recompensa com estranhos.

Impacto na Ciência

A SW oferece pistas sobre a evolução da sociabilidade humana. O equilíbrio do gene GTF2I é crucial: muita expressão leva a fobia social, como em formas de autismo; pouca, à simpatia extrema. A pesquisa, que inclui análises de minicérebros e amostras post-mortem, sugere que a condição reflete um ajuste fino da colaboração social, essencial à sobrevivência humana, segundo Muotri.

Com informações de BBC News Brasil, Nature, Science Daily

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