Ministério da Saúde planeja incorporar vacina contra chikungunya ao SUS, desenvolvida por Valneva e Instituto Butantan, após aprovação da Anvisa.
O Ministério da Saúde anunciou, em 15 de abril de 2025, a intenção de incorporar a vacina contra chikungunya ao Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvido pela farmacêutica Valneva em parceria com o Instituto Butantan, o imunizante recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana, marcando um avanço no combate às arboviroses no Brasil.
Próximos passos para a incorporação
O pedido de inclusão será submetido à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), responsável por avaliar a viabilidade de novas tecnologias na rede pública. Caso aprovado e com capacidade de produção garantida, o imunizante deve integrar o Programa Nacional de Imunizações (PNI), priorizando regiões endêmicas com alta incidência da doença. “Vacinar é defender a vida”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Chikungunya: um desafio de saúde pública
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, vetor também da dengue e da zika, a chikungunya causa febre alta, dores intensas nas articulações e, em alguns casos, dor crônica de longa duração. Desde sua introdução no Brasil em 2014, a doença se espalhou por todos os estados. Até 14 de abril de 2025, o país registrou 68,1 mil casos e 56 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
Características do imunizante
A vacina, de dose única, é recombinante atenuada e indicada para adultos a partir de 18 anos em áreas de alto risco. É contraindicada para gestantes e pessoas imunocomprometidas. Estudos clínicos nos Estados Unidos, com 4 mil voluntários, mostraram que 98,9% dos participantes produziram anticorpos neutralizantes, com proteção mantida por pelo menos seis meses. No Brasil, testes com adolescentes indicaram eficácia de 98,8%. A vacina já foi aprovada pela FDA (EUA) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
Produção e tecnologia nacional
Inicialmente, a vacina será produzida na Alemanha pela IDT Biologika GmbH, mas há previsão de transferência de tecnologia para o Instituto Butantan, permitindo fabricação no Brasil. O Butantan também desenvolve uma versão com componentes nacionais, que pode reduzir custos e facilitar a incorporação ao SUS.
Impacto esperado
A aprovação da Anvisa e a possível inclusão no SUS representam um marco no enfrentamento da chikungunya, que registrou 267 mil casos e 213 óbitos em 2024. Além da vacinação, o controle do Aedes aegypti segue essencial, com ações como eliminação de criadouros e limpeza de recipientes com água parada.
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Com informações de Agência Brasil