Deputado utiliza título de álbum para criticar ausência do ex-presidente na posse de Trump; passaporte de Bolsonaro está retido por decisão judicial.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) usou as redes sociais para ironizar a ausência de Jair Bolsonaro (PL) e do general Walter Braga Netto na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira. Em tom de provocação, Boulos fez referência ao álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS, do cantor porto-riquenho Bad Bunny, publicando: “Parece que eles não puderam ir…”.
Passaporte Retido e Investigação
Bolsonaro e Braga Netto tiveram seus passaportes retidos em fevereiro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida integra a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, na qual ambos foram indiciados em novembro. Apesar das acusações, os dois negam qualquer envolvimento.
Bolsonaro alegou ter recebido um convite para a posse de Trump por e-mail, mas, devido à restrição judicial, não pode viajar aos Estados Unidos. Na cerimônia, ele será representado por sua esposa, Michelle Bolsonaro, e por seu filho, Eduardo Bolsonaro, que comparecerão acompanhados de um grupo de até 30 parlamentares aliados.
Jantar e Videochamada
No domingo, Michelle Bolsonaro participou de um jantar à luz de velas promovido por Donald Trump para convidados especiais. Durante o evento, fez uma videochamada com o ex-presidente, registrada em vídeo por Eduardo Bolsonaro e compartilhada nas redes sociais. Na legenda, Eduardo afirmou: “Essa maldade vai acabar, podem anotar”.
Referência ao Álbum de Bad Bunny
A escolha de Boulos em usar a capa do álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS como metáfora reforça seu tom crítico. O trabalho do cantor Bad Bunny, lançado como um manifesto político, aborda questões como o impacto da relação de Porto Rico com os Estados Unidos, as consequências do furacão Maria e a crise energética no território.
A pesquisadora Sheilla Madera, da Florida International University, descreve o álbum como “um presente para um Porto Rico ferido”, destacando o papel do artista na denúncia das dificuldades vividas pela população local.
Essa alusão conecta o uso cultural e político do álbum às críticas feitas por Boulos, evidenciando a atual situação do ex-presidente e a conjuntura política do Brasil.
Adaptado do artigo de Luis Felipe Azevedo, O Globo.