Câmara dos EUA aprova projeto de lei que restringe atletas trans em esportes femininos

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, aprovou um projeto de lei nesta terça-feira que visa impedir a participação de atletas transgêneros em equipes esportivas femininas. A proposta define o sexo “com base apenas na biologia reprodutiva e genética no nascimento” e se aplica a escolas e universidades que recebem financiamento federal. Apesar da aprovação na Câmara, o projeto enfrenta grandes chances de ser barrado no Senado, onde os democratas têm maioria.

Contexto e objetivos do projeto

O projeto de lei busca restringir a participação de estudantes transgêneros em esportes femininos, argumentando que a inclusão dessas atletas comprometeria a equidade nas competições. A medida faz parte de uma estratégia republicana que utiliza questões de gênero como pauta política antes das eleições de 2024.

O ex-presidente Donald Trump, que busca retornar à Casa Branca, prometeu acabar com o que chama de “loucura transgênero”. O texto foi aprovado na Câmara por 218 votos a favor, incluindo dois democratas, mas é improvável que obtenha os 60 votos necessários no Senado para avançar.

Repercussão e oposição

Grupos de defesa dos direitos civis, como o Equality California, criticaram o projeto de lei, classificando-o como um ataque à dignidade de jovens transgêneros. Para eles, a proposta é mais um esforço para restringir os direitos da comunidade LGBTIQ+ em um cenário político polarizado.

A questão tem gerado debates intensos nos Estados Unidos, refletindo uma “guerra cultural” mais ampla em torno dos direitos de pessoas transgênero. A medida também reacende discussões sobre equidade esportiva e inclusão, temas que têm provocado divisões tanto entre legisladores quanto na sociedade.

Laurel Hubbard foi a primeira atleta trans a conquistar uma vaga em olimpíadas – Foto: AFP

Compartilhar: