Cientistas e Unesco elegem 2025 como Ano da Ciência Quântica

A Unesco anunciou 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, iniciativa proposta por 60 países e apoiada por renomadas organizações científicas. O objetivo é conscientizar e preparar a sociedade para os impactos e desafios dessa tecnologia disruptiva, além de ampliar o acesso à educação e às oportunidades no campo da física quântica.

Desde o início do século XX, a mecânica quântica tem transformado o conhecimento humano, questionando conceitos tradicionais e inaugurando avanços tecnológicos. Tecnologias como lasers, LEDs, relógios atômicos, smartphones e GPS são frutos das chamadas tecnologias quânticas 1.0. Atualmente, as tecnologias 2.0 prometem inovações ainda mais revolucionárias, como a computação quântica, que pode resolver problemas complexos em saúde, economia e segurança cibernética.

No entanto, o desenvolvimento dessas tecnologias também levanta preocupações, principalmente em relação à segurança da informação. Computadores quânticos podem comprometer algoritmos de criptografia atuais, gerando temores sobre espionagem e desigualdades geopolíticas. Em resposta, países como os EUA têm imposto restrições à exportação de tecnologias avançadas para conter o avanço de adversários, especialmente a China.

O Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica busca promover o debate global sobre governança e inclusão no acesso às inovações quânticas. A iniciativa é uma oportunidade para garantir que os benefícios dessa nova era tecnológica sejam amplamente compartilhados, evitando que desigualdades tecnológicas se aprofundem.

Adaptação de Artigo de Felipe Fanchini, físico e coordenador do Programa FAPESP QuTIa em Tecnologias Quânticas, publicado originalmente no The Conversation.

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