Coreia do Sul decreta lei marcial sob pretexto de conter “ameaças comunistas”

O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol declarou, nesta terça-feira (3), lei marcial de emergência no país, alegando a necessidade de combater grupos pró-Coreia do Norte que, segundo ele, estariam “planejando rebelião”. Em pronunciamento, Yoon afirmou que a medida busca “erradicar as forças pró-Coreia do Norte” e “proteger a ordem constitucional de liberdade”.

O decreto ocorre após a oposição, liderada pelo Partido Democrático, aprovar cortes orçamentários e solicitar o impeachment de altos funcionários, como o auditor do Estado e o procurador-geral. A medida gerou reações intensas: o ministro da Defesa, Shin Won-sik, colocou as forças armadas em alerta máximo, enquanto líderes políticos, incluindo o chefe do partido governista, Han Dong-hoon, e o líder oposicionista, Lee Jae-myung, criticaram a ação como “inconstitucional” e “anti-pública”.

Reação na Coreia do Sul

Após a declaração de Yoon, uma multidão se reuniu do lado de fora do prédio da Assembleia Nacional, em Seul, para se manifestar contra a implementação da lei marcial.

Dentro da Assembleia, uma transmissão ao vivo da agência de notícias sul-coreana Yonhap mostrou uma aglomeração de pessoas, incluindo cerca de 70 membros da oposição.O comandante da lei marcial, General Park An-soo, anunciou a proibição de todas as atividades políticas, “incluindo as da Assembleia Nacional, conselhos locais, partidos políticos e associações políticas, bem como assembleias e manifestações”.

A lei marcial transfere o controle administrativo e de segurança para as Forças Armadas, restringindo direitos civis e impondo toques de recolher. A Coreia do Sul já enfrentou momentos de lei marcial em crises históricas, como a Guerra da Coreia e o assassinato do presidente Park Chung-hee em 1979.

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