O Fórum Econômico Mundial (WEF) divulgou os relatórios Global Cybersecurity Outlook e Global Risk Report de 2025, destacando os desafios crescentes no campo da cibersegurança. Entre os fatores críticos apontados estão as vulnerabilidades nas cadeias de suprimentos digitais e os riscos associados ao avanço de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial (IA).
Cadeias de suprimentos: o maior obstáculo
De acordo com o relatório de cibersegurança, 54% dos líderes corporativos globais, incluindo os da América Latina, identificaram as cadeias de suprimentos como a principal barreira à resiliência cibernética. A interdependência entre fornecedores de software e infraestrutura aumenta o potencial de falhas sistêmicas, como demonstrado pelo caso da CrowdStrike, em que uma vulnerabilidade isolada afetou toda a rede.
Jeremy Jurgens, diretor-gerente do WEF, ressaltou que o ambiente digital exige uma abordagem coordenada entre governos e empresas. “O espaço cibernético está mais complexo devido aos avanços tecnológicos, à sofisticação dos criminosos e às cadeias interconectadas. É necessária uma resposta integrada para mitigar os impactos”, afirmou.
Tecnologias emergentes e riscos corporativos
O uso acelerado de tecnologias emergentes, especialmente ferramentas de IA, também impõe desafios. Embora 66% dos executivos reconheçam o impacto significativo da IA em suas operações, apenas 37% implementaram medidas de segurança antes de sua adoção. Essa lacuna acentua a desigualdade cibernética, um problema já destacado no relatório de 2024 como uma das maiores ameaças para as corporações.
Atualização dos riscos globais
O Global Risk Report de 2025 trouxe mudanças significativas nos riscos tecnológicos. A desinformação foi listada como o quarto maior risco global, enquanto o termo “Cyber Insegurança” foi substituído por “Ciberespionagem e Ciberguerra”, categoria que ocupa a 5ª posição em projeções de médio e longo prazo. Atividades criminosas digitais foram reclassificadas como “Atividades econômicas ilícitas e criminosas”.
Apesar de não figurarem entre os dez maiores riscos imediatos, as ameaças cibernéticas continuam sendo preocupações estratégicas para empresas e governos, reforçando a necessidade de uma reavaliação constante das estratégias de segurança.
Fonte: Fórum Econômico Mundial