Cientistas continuam a explorar como o mundo clássico — regido por leis tradicionais da física, como as de Newton — pode emergir de sistemas quânticos. Um estudo recente, publicado na Physical Review X e liderado por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona, sugere que características do mundo clássico surgem naturalmente de universos quânticos paralelos.
O Encontro do Clássico com o Quântico
Enquanto a física clássica descreve fenômenos cotidianos com precisão, como o movimento de um carro ou a trajetória de uma bola, a mecânica quântica opera em escalas microscópicas, onde predominam incertezas e comportamentos probabilísticos. No nível quântico, partículas como elétrons existem em superposições de estados até serem medidas, fenômeno que desaparece em escalas macroscópicas.
O estudo utilizou simulações computacionais para avaliar a chamada “decorrência quântica”, um processo que explica por que efeitos quânticos desaparecem no mundo clássico. A pesquisa revelou que sistemas quânticos isolados podem gerar fenômenos macroscópicos previsíveis, como os que experimentamos diariamente.
A Teoria dos Muitos Mundos
Baseado na Interpretação de Muitos Mundos (IMM), proposta pelo físico Hugh Everett em 1957, o estudo também reforça a ideia de universos paralelos. Segundo essa teoria, cada possibilidade quântica cria um universo distinto. Embora ainda careça de provas diretas, a IMM é uma base teórica para entender como as regras clássicas emergem de sistemas quânticos.
Avanços e Desafios
Os cientistas destacaram que efeitos quânticos, como a interferência, desaparecem ao considerar sistemas macroscópicos, como a posição de um objeto visível. Apesar disso, a unificação das leis quânticas e clássicas ainda é um desafio. Segundo o pesquisador Philipp Strasberg, compreender essa transição é crucial para desvendar a origem do universo como o conhecemos.
Esse estudo não apenas aprofunda nosso entendimento da física moderna, mas também reforça que o mundo que vemos pode ser apenas um reflexo de processos quânticos mais complexos. Quer saber mais? Descubra como o emaranhamento quântico ajuda a decifrar os mistérios do universo.
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