O termo “monocórdica”, utilizado pelo jornal francês Le Monde em sua crítica à atuação de Fernanda Torres no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, refere-se a algo que apresenta uniformidade de tom, sem variação ou mudança. A palavra, derivada do grego “monocórdio”, é sinônimo de algo monótono e enfadonho, de acordo com o dicionário Michaelis.
No contexto da crítica, o jornalista Jacques Mandelbaum atribuiu apenas uma estrela de quatro ao longa-metragem e apontou que a interpretação de Torres como Eunice Paiva, protagonista da trama que aborda a ditadura militar brasileira, teria faltado profundidade emocional e variação em seu desempenho. Segundo ele, a atuação se manteve em um único registro, o que resultou em uma performance “sem camadas”.
Divergências entre críticos internacionais
Embora o Le Monde tenha sido severo em sua avaliação, outras publicações francesas expressaram opiniões opostas. A revista Le Nouvel Obs classificou o longa como “o melhor filme de Walter Salles”, elogiando sua abordagem sóbria e intimista, enquanto a revista Télérama destacou Fernanda Torres como “extraordinária”. Já a Positif considerou o trabalho como “intimista e universal”.
Contexto e relevância no Oscar 2025
Apesar da crítica negativa, Ainda Estou Aqui foi indicado ao Globo de Ouro, e Fernanda Torres venceu na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama. O filme é considerado um dos favoritos para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Internacional. A lista oficial de indicados será anunciada em 23 de janeiro de 2025.
A repercussão em torno da atuação de Torres reflete as diferenças de percepção na crítica internacional, reafirmando o papel subjetivo das análises artísticas. Mesmo sob críticas duras, o reconhecimento em outras instâncias aponta para o impacto do filme e da atriz no cenário global.