Primeiros Fragmentos do Lado Oculto da Lua Chegam à Terra
Expedição chinesa é a primeira a coletar material do lado afastado da Lua, agora disponível para análise científica global. Cientistas receberam, pela primeira vez, amostras do lado oculto da Lua, coletadas pela missão chinesa Chang’e-6, que retornou com sucesso à Terra.
Pela primeira vez na história, cientistas têm acesso a amostras do solo do lado oculto da Lua. A missão chinesa Chang’e-6 foi a primeira a explorar essa região e trazer os materiais de volta à Terra, com uma cápsula pousando com sucesso na terça-feira (25).

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A missão, que durou 53 dias, coletou aproximadamente dois quilos de rochas lunares. O módulo da sonda pousou na bacia do Polo Sul-Aitken, a cratera de impacto mais antiga e profunda da Lua. Equipado com uma pá mecânica e uma furadeira, o módulo coletou amostras da superfície e da subsuperfície lunar.
A missão Chang’e-6 recebe seu nome da deusa da Lua na mitologia chinesa. Chang’e, uma figura central na cultura chinesa, viajou ao satélite natural com seu coelho Yu Tu, segundo a lenda.

Por que “lado oculto”?
A Lua possui uma rotação sincronizada com sua translação, fazendo com que a mesma face esteja sempre voltada para a Terra. A face visível é caracterizada por planícies escuras, enquanto o lado oculto apresenta mais crateras e uma crosta mais espessa. Apesar de ser chamada de “lado escuro”, essa face recebe a mesma quantidade de luz solar que a outra metade.
Devido à rotação sincronizada, a condução de missões no lado oculto da Lua é desafiadora, pois é impossível manter contato direto com as sondas. Para contornar essa dificuldade, a agência espacial chinesa utilizou dois satélites, Queqiao e Queqiao-2, para manter a comunicação com a Chang’e-6.
No início de junho, mais de 200 cientistas chineses se reuniram em Pequim para discutir as questões científicas a serem exploradas com as amostras da Chang’e-6. As prioridades incluem entender por que as duas faces da Lua são tão diferentes e investigar a composição das estruturas lunares mais profundas e a formação da bacia do Polo Sul-Aitken.
“Uma parte das amostras será armazenada permanentemente, enquanto outra será guardada em um local diferente como backup em caso de desastres. A parte restante será distribuída a cientistas da China e de outros países, conforme as normas de gerenciamento de amostras lunares,” afirmou Wang Qiong, vice-projetista-chefe da missão Chang’e-6.
“Novas amostras inevitavelmente levarão a novas descobertas,” disse Wei Yang, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências, ao portal chinês Xinhua. “Os cientistas chineses estão ansiosos para contribuir com a ciência lunar.”
A cápsula contendo as amostras foi ejetada de um contêiner em órbita a 5 mil quilômetros de altura e pousou de paraquedas no norte da China, próximo à fronteira com a Mongólia. A cápsula entrou na atmosfera terrestre às 13h41 (horário de Pequim) a uma velocidade de 11 quilômetros por segundo e aterrissou suavemente às 14h07, sendo então coletada por cientistas da Administração Espacial Nacional da China.
Texto adaptado de g1.
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