A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que os indícios encontrados no corpo do idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, contradizem a versão apresentada pela defesa de sua sobrinha, Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, de que o idoso teria falecido na agência bancária.
O delegado está em busca de identificar o motorista de aplicativo que conduziu Erika e Paulo até o banco.
Fábio Luiz Souza, titular da 34ª DP (Bangu), já entrou em contato com a empresa de aplicativo para convocar o motorista a prestar depoimento e esclarecer como o idoso foi colocado e por quem no veículo.
Os livores cadavéricos indicam que Paulo não teria falecido enquanto estava sentado. Os livores, que são acumulações de sangue causadas pela interrupção da circulação, estavam localizados na nuca, sugerindo que ele provavelmente faleceu enquanto estava deitado.
Segundo o delegado, havia livores cadavéricos na parte posterior da cabeça de Paulo, indicando que ele teria falecido pelo menos duas horas antes da chegada da equipe do Samu à agência bancária.
Se Paulo tivesse falecido no banco, haveria livores nas pernas, uma vez que ele estava em uma cadeira de rodas. No entanto, a perícia inicial não encontrou manchas nos membros inferiores.
A polícia ainda não determinou se Paulo utilizava uma cadeira de rodas anteriormente, o que será objeto de investigação.
Além disso, os agentes aguardam o resultado do exame de necropsia para determinar a causa da morte: se foi por causas naturais ou se ele recebeu alguma substância que o levou a falecer.
Erika foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver e submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) nesta quarta-feira (17).
O delegado Fábio Souza, que tem décadas de experiência policial, afirmou que ficou surpreso com o caso: “Em 22 anos de carreira eu nunca vi uma história como essa”, garantiu Souza.
A defesa de Erika contesta a versão da polícia e afirma que o idoso chegou vivo à agência bancária. “Os fatos não ocorreram conforme narrados. O senhor Paulo chegou à agência bancária com vida. Existem testemunhas que serão ouvidas. Ele começou a passar mal e depois passou por todos esses procedimentos. Tudo será esclarecido e acreditamos na inocência de Erika”, declarou a advogada Ana Carla de Souza Correa.
O delegado Fábio Luiz afirmou que Paulo já estava sem vida quando Erika o levou à agência. “As pessoas do banco pensaram que ele estava doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar, constatou que ele estava morto. E aparentemente, isso ocorreu algumas horas antes. Ou seja, ele chegou ao banco já falecido”, destacou.
As investigações continuam em andamento. “Ela se apresenta como sobrinha dele. De fato, há um parentesco, conforme nossas pesquisas. E ela alega ser sua cuidadora. Queremos identificar outros familiares”, acrescentou o delegado.
“Ela tentou simular que ele assinasse o documento. Ele já estava morto quando chegou ao banco”, explicou Fábio Luiz.