Uma recente pesquisa conduzida pela Universidade de Genebra, em parceria com o Instituto de Saúde Pública e Tropical, analisou os hábitos de quase 3 mil homens e revelou uma relação preocupante entre o uso frequente de celulares e a saúde reprodutiva masculina. Os resultados, publicados na revista Fertility and Sterility, indicam que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode afetar negativamente a produção de espermatozoides, resultando em uma menor concentração e quantidade total de esperma.
Durante o estudo, os pesquisadores coletaram amostras de sêmen e informações sobre os hábitos de vida dos participantes, incluindo a frequência com que usavam seus celulares e onde os guardavam quando não estavam em uso. Os resultados revelaram que os homens que acessavam seus telefones mais de 20 vezes por dia tinham uma concentração média de espermatozoides significativamente menor do que aqueles que utilizavam menos o aparelho. Além disso, esses mesmos homens apresentaram um risco 30% maior de terem a contagem de espermatozoides abaixo dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora o estudo não tenha encontrado associações consistentes entre o uso de celulares e a motilidade ou morfologia dos espermatozoides, os pesquisadores levantaram preocupações sobre os potenciais efeitos das ondas eletromagnéticas emitidas pelos dispositivos. O calor gerado pelos smartphones, mesmo em modo stand-by, pode interferir na produção de espermatozoides, uma vez que os testículos preferem operar em temperaturas mais baixas.
Para o ginecologista Roberto de Azevedo Antunes, os resultados deste estudo são alarmantes e destacam a importância de considerar os hábitos de vida na saúde reprodutiva masculina. “Independentemente da questão tecnológica, uma coisa leva à outra e o uso excessivo do celular pode ser mais um marcador de risco da piora da saúde reprodutiva”, afirma.
Embora ainda não esteja claro exatamente como o uso de celulares afeta a produção de espermatozoides, os especialistas recomendam que os homens evitem manter seus aparelhos próximos aos testículos por longos períodos de tempo. Mais estudos são necessários para entender completamente os efeitos desses dispositivos na fertilidade masculina e desenvolver estratégias para mitigar seus potenciais impactos negativos.
Fonte: Adaptado de Veja Saúde.