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Médicos afirmam que a versão mencionada pelo autor do projeto de lei antiaborto é falsa

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apresentou uma versão contestada por médicos e autoridades sobre um caso de aborto de uma menina capixaba de 10 anos, estuprada em 2020. Segundo a narrativa de Cavalcante, o aborto teria sido negado em um hospital no Espírito Santo e realizado posteriormente em Pernambuco pelo diretor da unidade de saúde, Olímpio Barbosa de Moraes Filho, com a aplicação de uma injeção letal no feto.

No entanto, médicos envolvidos no caso contestam essa versão, afirmando que o procedimento foi realizado pela equipe de plantão do hospital em Pernambuco, e não pelo diretor da unidade, como descrito pelo deputado. Um dos médicos mencionados, que era diretor da maternidade na época, destacou que não realiza procedimentos médicos diretamente, mas sim cuida da gestão hospitalar.

Além disso, o então secretário de saúde do Espírito Santo na época, Nésio Fernandes, refutou outra parte da narrativa de Cavalcante, que mencionava a utilização de um jato particular para a transferência da menina entre os estados. Fernandes esclareceu que a viagem foi feita em um avião de carreira.

Diante das contestações, o deputado não se pronunciou em resposta às críticas até o momento da publicação das informações. Este caso exemplifica como narrativas políticas podem distorcer fatos e levantar controvérsias, especialmente em temas sensíveis como o aborto e direitos reprodutivos.

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