Manuel Terrén Parcerisas, empresário preso na Espanha, é alvo de operação da PF em Lucena por suspeita de lavagem de dinheiro e tráfico de diamantes de sangue.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) uma operação em Lucena, no Litoral Norte da Paraíba, visando investigar crimes de lavagem de dinheiro provenientes do comércio ilegal de diamantes de sangue e violações de direitos humanos em Serra Leoa.
A ação, denominada Operação Kimberly, tem como alvo principal o empresário Manuel Terrén Parcerisas, que foi preso no último dia 6 de julho no aeroporto de Málaga, na Espanha. Segundo a Polícia Nacional espanhola, Terrén é suspeito de integrar uma organização criminosa que, na década de 1990, explorou e vendeu ilegalmente pedras preciosas, incluindo diamantes, para financiar o grupo paramilitar Frente Revolucionária Unida (RUF) durante a guerra civil em Serra Leoa.
Terrén, residente no Brasil desde 2007, é proprietário de um complexo hoteleiro e possui diversas propriedades na Paraíba. A operação da PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao empresário, incluindo o Hotel Costa Brava, onde ele é sócio-administrador desde 2011.
A investigação espanhola, que levou à prisão de Terrén, começou em janeiro de 2022. As autoridades espanholas contaram com a colaboração da Polícia Federal brasileira, que monitorava os movimentos de Terrén e alertou sobre sua viagem à Espanha.
O termo “diamantes de sangue” refere-se a gemas extraídas em condições desumanas, muitas vezes por meio de trabalho escravo, e utilizadas para financiar conflitos armados. Esse tipo de atividade foi particularmente notória durante a guerra civil de Serra Leoa, que resultou na morte de mais de 70.000 pessoas e no deslocamento de 2,6 milhões de habitantes.
A operação em Lucena visa aprofundar a investigação sobre a suposta rede de lavagem de dinheiro e comércio ilegal de diamantes, buscando elementos que possam comprovar as acusações contra Terrén. A colaboração entre as polícias brasileira e espanhola tem sido crucial para o desenvolvimento das investigações.
A prisão de Manuel Terrén Parcerisas e a subsequente operação em suas propriedades na Paraíba destacam a continuidade dos esforços internacionais para combater o tráfico de diamantes de sangue e as atividades criminosas associadas.