Pesquisadores confirmam que as baratas estão desenvolvendo resistência a inseticidas tradicionais, como os piretroides, reduzindo sua eficácia e prolongando o tempo necessário para eliminar os insetos.
Se você já percebeu que precisa de cada vez mais inseticida para matar uma barata, não é apenas impressão sua. Pesquisas recentes confirmam que esses insetos estão se tornando progressivamente mais resistentes aos inseticidas tradicionais, como os produtos à base de piretroides. O estudo, publicado no Journal of Economic Entomology da Universidade de Oxford, revelou que as baratas-alemãs (Blattella germanica), uma das espécies mais comuns em residências, estão desenvolvendo defesas que diminuem a eficácia desses produtos, muitas vezes demorando dias para atingir 100% de mortalidade.
O experimento foi conduzido por cientistas das Universidades de Kentucky e Auburn, que testaram a eficácia dos piretroides em superfícies como drywall pintado, azulejos de cerâmica e aço inoxidável. Os resultados mostraram que a eficácia dos inseticidas foi significativamente menor em drywall, onde até mesmo baratas sem resistência prévia aos piretroides não foram suficientemente afetadas.
“Se os residentes não tiverem acesso a um controle profissional eficaz de pragas ou a soluções de consumo, continuarão a sofrer os efeitos de uma infestação, incluindo os riscos para a saúde associados aos alérgenos de baratas”, destacou a Dra. Johnalyn Gordon, pesquisadora do Departamento de Entomologia da Universidade de Kentucky.
Outro fator que contribui para a ineficácia dos piretroides é o comportamento das próprias baratas. Um estudo independente do laboratório de Zachary DeVries, também da Universidade de Kentucky, publicado em 2023, mostrou que as baratas-alemãs resistentes evitam superfícies tratadas com esses inseticidas. “Com base em nossos resultados, os produtos à base de piretroides provavelmente não funcionam contra baratas-alemãs em casa, especialmente se usados como resíduos”, acrescenta a Dra. Gordon.
Este estudo reforça a urgência de desenvolver novas estratégias de controle de pragas, considerando que a resistência das baratas aos inseticidas parece ser um problema universal.