Desde a chegada da internet via satélite da Starlink às comunidades indígenas da Amazônia, os Marubo enfrentam novos desafios culturais e sociais. Jovens estão cada vez mais expostos a comportamentos influenciados pela tecnologia, como o desinteresse por atividades tradicionais e o acesso a conteúdos impróprios.
Apesar das preocupações, a conectividade também trouxe benefícios, como a comunicação com parentes distantes e assistência em emergências. A repercussão foi grande, levando lideranças a se manifestarem publicamente.
Com a chegada da internet via satélite da Starlink às comunidades indígenas na Amazônia, os Marubo, que habitam a região ao longo do rio Ituí, começaram a lidar com os desafios e oportunidades que a conectividade traz. Em operação há cerca de nove meses, a rede de internet trouxe novas perspectivas, mas também gerou preocupações.
Jovens indígenas, agora conectados à rede, têm mostrado menos interesse nas atividades manuais tradicionais e adotado comportamentos considerados “preguiçosos”. Além disso, a exposição às redes sociais e outros conteúdos online tem levantado preocupações sobre a influência da cultura ocidental, incluindo o acesso a material impróprio, como pornografia, que é desaprovada pela cultura Marubo.
Apesar das críticas, muitos indígenas também reconheceram os benefícios trazidos pela internet. A comunicação com amigos e parentes distantes foi facilitada, e a capacidade de pedir ajuda em situações de emergência tornou-se uma realidade valiosa na remota região.
Essa dualidade no impacto da conectividade tem gerado debates, tanto na comunidade local quanto no exterior, após a publicação de uma reportagem do “The New York Times”. Em resposta à repercussão, Enoque Marubo, presidente da Associação Kapyvanaway da etnia Marubo, fez um pronunciamento público para abordar as preocupações levantadas, destacando a importância de preservar os valores culturais enquanto se adapta às novas tecnologias.