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Recorde de Qubit Avança Computação Quântica para Aplicações Reais

Pesquisadores da Universidade Aalto, liderados por Mikko Möttönen, alcançaram um marco histórico na computação quântica ao manter um qubit transmon em estado de coerência por mais de 1 milissegundo, superando o recorde anterior de 0,6 milissegundos do Fermilab. Publicado na Nature Communications, o estudo detalha como ajustes precisos na fabricação de chips aumentaram a estabilidade dos qubits, aproximando a tecnologia de aplicações práticas em áreas como criptografia e simulações complexas.

A Importância do Tempo de Coerência

Na computação quântica, qubits operam em superposição, representando 0 e 1 simultaneamente, o que potencializa o processamento. No entanto, a decoerência, causada por interferências externas, faz os qubits perderem sua integridade quântica. O tempo de coerência, que mede quanto tempo o qubit mantém esse estado, é crucial. Com 1 milissegundo, é possível realizar milhares de operações quânticas, reduzindo a necessidade de complexos sistemas de correção de erros que consomem múltiplos qubits físicos para simular um lógico.

Como o Recorde Foi Alcançado

A equipe finlandesa obteve o recorde com melhorias meticulosas na fabricação dos chips, como limpeza de interfaces, reorganização de conexões e refinamento da geometria dos cabos. O físico Ioan Pop comparou o processo a uma “receita química” precisa, onde cada detalhe impacta o desempenho. O estudo registrou tempos de relaxamento de energia (T1) de 425 μs e de desfasamento de 541 μs, valores inéditos para qubits transmon. Esses avanços oferecem um “mapa” reproduzível para fabricar qubits mais estáveis, essencial para escalar a tecnologia.

Impactos na Paraíba e no Brasil

Embora a pesquisa seja global, seus impactos podem reverberar na Paraíba, onde instituições como a UFPB desenvolvem estudos em tecnologia e inovação. A computação quântica, com qubits mais estáveis, pode impulsionar setores como cibersegurança e pesquisa científica no estado, mas exige investimentos em infraestrutura tecnológica e formação de especialistas. No Brasil, o avanço pode fortalecer a competitividade em áreas como inteligência artificial e simulações moleculares, desde que o país supere desafios como a escassez de recursos para pesquisa avançada.

Rumo à Aplicação Prática

O recorde é um passo crucial, mas a computação quântica ainda enfrenta obstáculos. Processadores como o Sycamore do Google (53 qubits) e o H1-1 da Quantinuum (56 qubits) mostram progresso, mas não alcançaram a vantagem quântica em aplicações práticas. Especialistas estimam que computadores quânticos funcionais, capazes de resolver problemas intratáveis para supercomputadores clássicos, estão a cerca de 10 anos de distância. O estudo de Möttönen, ao oferecer um processo claro para qubits mais confiáveis, acelera esse caminho, tornando viável a construção de sistemas com centenas de qubits.

O marco de 1 milissegundo de coerência é um divisor de águas, aproximando a computação quântica de aplicações reais. Para a Paraíba e o Brasil, investir em pesquisa e parcerias internacionais será essencial para acompanhar essa revolução tecnológica, garantindo benefícios econômicos e científicos em um futuro próximo.


Da redação com informações de Época Negócios
[XGR-XAI-13072025-2325-G3M]

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