Cármen Lúcia Alerta: Ditadura é ‘Erva Daninha’ que Exige Vigilância Constante pela Democracia

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um veemente apelo à sociedade brasileira no último sábado, 29 de novembro de 2025, durante um evento literário no Rio de Janeiro. Ela enfatizou a necessidade imperativa de defender a democracia contra qualquer iniciativa autoritária, comparando as ditaduras a “ervas daninhas” que demandam constante corte e vigilância para não ameaçarem a nação.
A declaração da ministra surge em um contexto de recentes decisões do STF, que determinou o início do cumprimento das penas impostas aos condenados do chamado núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Este grupo inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior.
A Metáfora da Erva Daninha e a Construção Diária da Democracia
Cármen Lúcia utilizou uma metáfora poderosa para ilustrar sua preocupação. “A erva daninha da ditadura, quando não é cuidada e retirada, toma conta do ambiente. Ela surge do nada”, afirmou. A ministra sublinhou que, para que a democracia floresça e se mantenha, é preciso um esforço contínuo e diário de construção e trabalho. “Por isso, digo que democracia é uma experiência de vida que se escolhe, que se constrói, que se elabora. E a vida com a democracia se faz todo dia. A gente luta por ela, a gente faz com que ela prevaleça”, complementou, reforçando a ideia de que a liberdade é uma conquista ativa e não um estado passivo.
A Constituição como Primeira Vítima e as Consequências do Golpismo
Durante sua fala, a ministra também relembrou os documentos golpistas que circulavam, os quais, segundo investigações, continham planos para assassinar líderes dos Poderes Executivo e Judiciário. Entre os alvos estariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do próprio STF.
“A primeira vítima de qualquer ditadura é a Constituição”, pontuou Cármen Lúcia. Ela relatou ter sido questionada sobre a relevância de julgar uma “tentativa” de golpe. Sua resposta foi incisiva: “Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando”, evidenciando as graves consequências que uma ruptura democrática traria para as instituições e para a liberdade individual dos cidadãos e dos próprios magistrados.
A ministra participou da conferência “Literatura e Democracia”, evento integrante da 1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, cuja programação se encerrou no domingo, 30 de novembro de 2025.
Da redação do Movimento PB.
