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Controvérsia: Militares Condenados por Tentativa de Golpe Podem Garantir Pensões Milionárias a Famílias

Controvérsia: Militares Condenados por Tentativa de Golpe Podem Garantir Pensões Milionárias a Famílias

Uma brecha na legislação militar brasileira tem gerado intensa controvérsia e debate público: militares condenados e presos pela tentativa de golpe de Estado no Brasil poderão, em tese, garantir pensões milionárias a seus familiares, mesmo após a perda de patente ou expulsão das Forças Armadas.

Conexão com os Fatos Atuais

As recentes prisões e condenações de envolvidos na trama golpista, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), trouxeram este tema para o centro das discussões. O chamado “núcleo 1” da trama, incluindo figuras de alto escalão, já enfrenta o cumprimento de suas penas. Paralelamente, o Superior Tribunal Militar (STM) prossegue com os processos para decidir sobre a perda de patente desses oficiais, uma consequência direta de condenações por crimes graves.

É neste cenário que emerge o conceito de “morte ficta” ou morte presumida. A Lei nº 3.765/1960 estabelece que o oficial que perder o posto e a patente, ou for expulso, deixa a pensão militar aos seus beneficiários, como se tivesse morrido. Esta interpretação tem sido o pivô da discussão, pois permite que, mesmo sem a patente e detidos, os militares possam assegurar benefícios financeiros substanciais para suas famílias.

Reportagens recentes indicam que esses militares, mesmo após a perda das patentes, podem garantir pensões que, somadas, ultrapassam R$ 2 milhões por ano aos seus familiares. Individualmente, os valores podem chegar a R$ 38 mil mensais, um privilégio que contrasta com a gravidade dos crimes cometidos.

Debates e Tentativas de Mudança

A situação é alvo de grande pressão pública e política, com diversos órgãos e instâncias buscando reverter essa prerrogativa:

  • TCU Contra: O Tribunal de Contas da União (TCU) já se manifestou contra a tese da “morte ficta” em casos de expulsão, argumentando que a morte real deve ser um requisito indispensável para a concessão da pensão militar.
  • Propostas Legislativas: Diante dessa brecha legal, o governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, encaminhou um projeto de lei ao Congresso Nacional no ano passado (2024). O objetivo é explícito: acabar com a “morte ficta” para militares expulsos das Forças Armadas, impedindo que condenados por crimes graves, como os envolvidos na tentativa de golpe, deixem esse benefício para suas famílias.

Em resumo, os recentes desenvolvimentos judiciais e as prisões dos envolvidos na trama golpista trouxeram a “morte ficta” para o centro do debate público, ilustrando um privilégio legal que o governo e órgãos de controle buscam ativamente reverter para garantir maior justiça e transparência no uso dos recursos públicos.

Da redação do Movimento PB.

[MPBAI | MOD: 2.5-FL | REF: 69272DF3]