Toffoli blinda diretor do BC em caso Banco Master, mas cobra explicações

Toffoli Afirma que Diretor do BC Não é Alvo, Mas Exige Esclarecimentos
O ministro Dias Toffoli, do STF, declarou que o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, não é investigado no caso das suspeitas de fraude envolvendo o Banco Master. No entanto, Toffoli enfatizou que a investigação “tange a atuação da autoridade reguladora nacional”, mantendo a acareação agendada.
A decisão atende a um pedido do BC sobre o papel de seu diretor na acareação, buscando clareza sobre os pontos controversos e a urgência do procedimento, especialmente durante o recesso judiciário.
Toffoli justificou a relevância da participação do BC, afirmando que o objeto da investigação está ligado à atuação da autoridade reguladora. Ele assegurou que nem o Banco Central nem seu diretor são alvos das medidas determinadas, mas ressaltou que a presença da autoridade reguladora é crucial para elucidar os fatos, considerando que a apuração envolve operações sob supervisão do BC.
O ministro também justificou a urgência da audiência, destacando o impacto potencial das suspeitas no sistema financeiro e a necessidade de confrontar os depoimentos com os documentos já reunidos. A acareação será conduzida sob sigilo policial.
A decisão de Toffoli determinou que Aquino ficará frente a frente com Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, ambos sob investigação por suspeita de fraude em operações de venda de carteiras de crédito. A preparação de Aquino para a acareação está prevista para a próxima segunda-feira.
A decisão de Toffoli gerou descontentamento entre membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do BC, que a consideraram “atípica”. O próprio PGR, Paulo Gonet, solicitou a suspensão da audiência, alegando que seria “prematura”, mas o pedido foi negado.
A acareação tem como objetivo confrontar versões sobre a tentativa de venda do Banco Master para o BRB, operação vetada pelo BC. Posteriormente, o BC decretou a liquidação do Master em meio a suspeitas de operações fraudulentas de R$ 12 bilhões.
Interlocutores do STF afirmam que Toffoli busca esclarecer se houve demora na decretação da liquidação do banco, quando o BC tomou conhecimento das suspeitas, quais medidas foram adotadas na fiscalização do mercado de títulos bancários e identificar eventuais responsáveis por falhas no processo.
Da redação do Movimento PB.
