Japão Bate Recorde Mundial de Velocidade de Internet com 1,02 Petabits por Segundo
Pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) do Japão alcançaram um feito histórico ao atingir uma velocidade de internet de 1,02 petabits por segundo (Pbps), equivalente a 127,5 mil gigabits por segundo (Gbps). Anunciada durante uma conferência nos Estados Unidos, a conquista permitiria, teoricamente, baixar todo o catálogo da Netflix ou todas as páginas da Wikipédia em apenas um segundo. O avanço, que utiliza a infraestrutura de cabos submarinos existente, marca um novo patamar na transmissão de dados e reforça a liderança japonesa em conectividade.
Tecnologia por Trás do Recorde
A velocidade recorde foi obtida com uma fibra óptica avançada contendo 19 núcleos de transmissão, mantendo o mesmo diâmetro de 0,127 milímetros dos cabos padrão. Diferentemente das fibras tradicionais, que possuem um único núcleo, a nova tecnologia integra múltiplos núcleos e amplificadores avançados para preservar a integridade dos dados em longas distâncias. Durante o teste, os dados percorreram 1.700 km através de 21 ciclos de transmissão, superando desafios como perda de sinal, que limitavam testes anteriores realizados em 2023 pela mesma equipe.
Avanço em Relação a Recordes Anteriores
Em 2024, o NICT já havia registrado uma velocidade de 50,25 mil Gbps, mas o novo marco mais que dobra essa capacidade. A conquista é cerca de 3,5 milhões de vezes superior à média de internet nos Estados Unidos e aproximadamente 6 milhões de vezes mais rápida que a média brasileira, de 165 megabits por segundo (Mbps). Segundo a Lei de Nielsen, que prevê um aumento anual de 50% na velocidade de conexões de ponta, o recorde japonês antecipa o futuro das redes, que devem atingir 10 Gbps em uma década.
Impactos e Aplicações Futuras
A tecnologia, ainda em fase experimental, tem potencial para revolucionar as telecomunicações globais, especialmente em redes de backbone que sustentam o tráfego de dados internacional. A integração com infraestruturas existentes, como cabos submarinos, torna o avanço viável para aplicações comerciais. Os pesquisadores do NICT planejam agora otimizar amplificadores para reduzir custos e desenvolver sistemas compatíveis com taxas petabit, visando a implementação em redes transcontinentais. Isso pode impulsionar áreas como inteligência artificial, computação em nuvem e streaming de alta definição.
Desafios e Segurança
Com o aumento da capacidade de tráfego, crescem também os desafios de segurança. Incidentes recentes, como danos a cabos submarinos na Finlândia causados por arrasto de âncoras, destacam a vulnerabilidade das infraestruturas físicas. Além disso, a estabilidade e a consistência das redes, como as prometidas pelo futuro Wi-Fi 8, serão cruciais para garantir a eficiência em aplicações práticas. O foco agora é tornar a tecnologia acessível e segura, enquanto o mundo se prepara para um aumento exponencial no volume de dados.
Perspectivas para o Futuro Digital
O recorde japonês de 1,02 Pbps não apenas demonstra a capacidade técnica do país, mas também sinaliza um futuro onde a conectividade ultrarrápida redefinirá a interação digital. Embora a tecnologia não chegue imediatamente aos usuários domésticos, ela pavimenta o caminho para inovações em áreas como educação, medicina e entretenimento. Comparado à média brasileira, o avanço destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura para reduzir o abismo digital. A conquista do NICT é um marco na corrida por uma internet mais rápida, estável e globalmente acessível, apontando para um horizonte de possibilidades ilimitadas.
Traduzido e adaptado de Revista Galileu [XGR-XAI-15072025-1320-G3M]