Trump alega ‘sabotagem’ na ONU após falhas em escada rolante e teleprompter e exige investigação
Presidente americano acusa organização de conspiração, mas ONU esclarece que equipe da própria Casa Branca operava o teleprompter e que um cinegrafista pode ter acionado a trava de segurança da escada.
A participação do presidente americano, Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU foi marcada por uma série de pequenas falhas técnicas que, nesta quarta-feira (24), escalaram para uma acusação de conspiração internacional. Em sua rede social, a Truth Social, Trump alegou ter sido vítima de uma “tripla sabotagem” e exigiu uma investigação imediata sobre os incidentes, que incluem uma escada rolante que parou abruptamente, um teleprompter que não funcionou e um sistema de som que, segundo ele, foi desligado.
Em sua publicação, o presidente descreveu os eventos em tons dramáticos. “Uma verdadeira vergonha aconteceu nas Nações Unidas ontem. Não um, não dois, mas três eventos muito sinistros!”, escreveu. Ele detalhou que a escada rolante parou “num piscar de olhos” e que foi “incrível que Melania e eu não tenhamos caído de cara”. Sobre o discurso, afirmou que o teleprompter estava “completamente escuro” e que, depois, foi informado que o som no auditório principal estava desligado, impedindo que os líderes mundiais o ouvissem sem fones de ouvido.
Trump classificou os episódios como “pura sabotagem” e demandou que os responsáveis “sejam presos”. “Estou enviando uma cópia desta carta ao secretário-geral e exijo uma investigação imediata. (…) O Serviço Secreto está envolvido”, acusou.
A versão da ONU: falhas técnicas, não conspiração
Enquanto Trump constrói uma narrativa de perseguição, a Organização das Nações Unidas apresentou explicações técnicas e mundanas para os incidentes, que desmentem a teoria de sabotagem. Em comunicado, a ONU esclareceu dois pontos cruciais que minam a acusação do presidente.
Primeiro, sobre a falha no teleprompter, a organização afirmou que o equipamento utilizado por Trump durante o discurso era operado pela equipe da própria Casa Branca, e não por funcionários da ONU. A responsabilidade por qualquer problema técnico, portanto, recairia sobre a comitiva do presidente americano.
Segundo, a respeito da escada rolante, a ONU explicou que o equipamento possui um mecanismo de segurança na parte superior para evitar acidentes. A análise inicial sugere que um cinegrafista da Casa Branca, que subia os degraus de costas para filmar o casal presidencial, pode ter acionado inadvertidamente essa trava de emergência ao chegar ao topo.
O episódio, embora bizarro, é revelador do estilo de Donald Trump. Ele transforma pequenos contratempos técnicos em uma grande conspiração contra si, pintando-se como vítima de forças ocultas dentro de uma instituição que ele frequentemente critica. Para líderes mundiais que se preparam para negociar com ele, como o presidente Lula, o caso serve como um lembrete da imprevisibilidade e da tendência do presidente americano de criar narrativas que o colocam no centro de um drama, independentemente dos fatos.
Da redação com informações do G1
Redação do Movimento PB [NMG-OGO-24092025-J8K4L1-15P]
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