Desproporção Geográfica no Comando do Congresso Nacional Revela Desequilíbrio Regional

Sudeste, com 43% do eleitorado, ocupa apenas 1 das 14 vagas nas Mesas da Câmara e do Senado; Nordeste concentra 9 cargos.

A eleição das novas Mesas Diretoras do Congresso Nacional, realizada no último sábado (1º), expôs uma disparidade significativa entre a representação geográfica no Legislativo e a distribuição do eleitorado brasileiro. Enquanto o Sudeste, responsável por 43% dos votos do país, ocupa apenas uma das 14 posições de comando nas Mesas da Câmara e do Senado, o Nordeste detém nove cargos, incluindo a presidência da Câmara dos Deputados.

Na Câmara, o comando ficou a cargo de Hugo Motta (Republicanos-PB), com apenas um representante do Sudeste entre os sete titulares: Altineu Côrtes (PL-RJ). O Sul conta com Sérgio Souza (MDB-PR). Já no Senado, nenhum parlamentar das regiões Sul ou Sudeste integra a Mesa. A presidência foi assumida por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), do Norte, e os demais cargos são ocupados por nomes do Nordeste e Norte.

Distribuição e Responsabilidades

As Mesas Diretoras, responsáveis pela administração e organização dos trabalhos legislativos, são compostas por sete membros em cada Casa. Apesar de não haver obrigatoriedade de proporcionalidade por região, a concentração de cargos em determinadas áreas pode influenciar a priorização de pautas locais. O presidente da Câmara, por exemplo, define o cronograma de votações, nomeia comissões e gerencia a ordem do plenário. No Senado, o presidente também comanda sessões conjuntas do Congresso, incluindo análises de vetos e projetos orçamentários.

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Contexto Político

A ausência de representantes do Sudeste no Senado e a mínima participação na Câmara contrastam com o peso eleitoral da região, que abriga os estados mais populosos do país, como São Paulo e Minas Gerais. Analistas apontam que a distribuição reflete alianças partidárias e estratégias internas, em vez de critérios demográficos. Enquanto isso, o Nordeste, tradicional reduto de partidos aliados ao governo federal, reforça sua influência nas decisões legislativas.

Texto adaptado de Poder 360 e revisado pela nossa redação.

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