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“Vamos empurrar o extremismo para a margem da história”, diz Barroso na véspera do julgamento do 8 de Janeiro

Presidente do STF afirma que tensão em torno do julgamento é ‘natural’, mas garante que a Corte atuará com ‘serenidade’ e ‘sem interferências’, distinguindo divergências políticas de ataques à democracia.

Em um recado direto e firme na véspera do início do julgamento da ação penal sobre os atos de 8 de Janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o extremismo político será, em breve, superado. “Acho que em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história”, declarou o ministro, estabelecendo um tom de confiança na resiliência das instituições democráticas.

As declarações foram dadas durante um evento no Rio de Janeiro, um dia antes de a Primeira Turma do STF começar a julgar os réus da tentativa de golpe de Estado, que incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Barroso buscou naturalizar o clima de apreensão, mas também demarcar a independência e a determinação do Judiciário em cumprir seu papel constitucional.

‘Tensão é natural’, mas Judiciário agirá ‘sem interferências’

Questionado sobre o ambiente político em torno do julgamento, Barroso classificou as “tensões” como “naturais”. Para ele, seria anormal se não houvesse pressão ao se julgar um ataque às sedes dos Três Poderes. “O anormal seria que não houvesse tensão, mas uma tensão absorvida institucionalmente, de modo que eu acho que a vida democrática fluiu com naturalidade”, avaliou, indicando que as instituições estão processando a crise de forma adequada.

O presidente da Corte fez questão de garantir que o tribunal não se curvará a pressões externas. Ele ressaltou que o papel do Judiciário é julgar os casos com base na Constituição e nas leis, com “absoluta serenidade, mas cumprindo o que diz a legislação”. E concluiu com uma mensagem clara: o julgamento ocorrerá “sem interferências, venham de onde vierem”.

A distinção entre divergência política e intolerância

Em sua fala, Barroso traçou uma linha clara entre o debate político legítimo e os ataques ao sistema democrático. Ele afirmou que a democracia comporta e até incentiva a divergência entre diferentes visões de mundo — conservadoras, liberais e progressistas. O que ela não tolera, segundo o ministro, é o extremismo.

“A única coisa que me preocupa é o extremismo, não as visões diferentes do mundo”, disse Barroso, defendendo um ambiente político plural, mas com respeito às regras do jogo democrático. Ele também lembrou que, como presidente do STF, não participará diretamente do julgamento, que ocorrerá na Primeira Turma da Corte.

As declarações de Barroso funcionam como um posicionamento institucional do Supremo na antessala de um dos momentos mais críticos da história republicana recente. A mensagem busca assegurar à sociedade que, apesar da turbulência política, o Judiciário está preparado para conduzir o processo com a firmeza e a imparcialidade que o momento exige, reforçando seu papel como guardião da Constituição.

Da redação com informações do Poder360

Redação do Movimento PB [GMN-GOO-01092025-214430-A4B1C8-15P]


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